Vida pedestre: o direito à cidade começa pelo direito a ruas, calçadas e travessias dignas, inclusivas e compartilhadas por pessoas diferentes.
Melhorar a infraestrutura e as ruas de bairros para que a cidade permita aproveitar tudo que tem a 15 minutos de distância: visitar e conviver com vizinhos e família, ir à escola, posto de saúde ou comércio.
Orientar o desenvolvimento urbano para aumentar os serviços, empregos e oportunidades que dispomos próximos.
Respeitar a prioridade prevista na Lei Nacional da Mobilidade Urbana, melhorando calçadas e travessias da cidade.
Cidade viva é cidade saudável: pensar a política de mobilidade para promover saúde e reduzir emissões e poluição na cidade.
Com medidas urbanas e de mobilidade, podemos conseguir evitar e encurtar viagens motorizadas, promover a mudança para modos de transporte mais limpos e promover melhorias tecnológicas e operacionais.
Inverter a forma de se pensar as ruas, com limites de velocidade, ações físicas e fiscalização para reduzir as altas velocidades.
Promover o uso da bicicleta em toda cidade, especialmente nas periferias, tornando-a uma alternativa cada vez mais segura, saudável, barata, rápida e prática, além de ótima atividade esportiva e de lazer.
Reduzir as emissões do setor de transporte, que representa mais de 70% das emissões de gases e poluentes.
Transporte público gratuito e de qualidade: efetivar o transporte como direito, com financiamento por meio do orçamento público, baixando tarifas, priorizando espaço viário para os ônibus e investindo em seu conforto, qualidade e oferta.
Melhorar a qualidade da operação do transporte público, buscando torná-lo mais atraente para a conquista de novos usuários e melhorar a qualidade de vida dos passageiros atuais.
Criar instrumentos que removam as barreiras físicas e sociais de acesso aos ônibus, com acessibilidade universal e combate às violências de gênero, de orientação sexual e ao racismo institucional.
Redefinir a forma de financiamento do transporte coletivo com maior prioridade no gasto público, instituindo uma política de subsídio tarifário que leve à gratuidade do sistema até 2024.
Lazer para todas e todos: implantar medidas para a promoção de atividades de lazer e cultura de forma descentralizada, para diversas faixas etárias.
Promover espaços públicos de lazer e cultura que possam ser usufruídos adequadamente por crianças desde a primeiríssima infância até pessoas idosas, com ambientes saudáveis, lúdicos e de contato com a natureza.
Valorizar e incentivar a apropriação dos espaços públicos pelas juventudes, em especial àquelas que sofrem preconceitos como o machismo, racismo e LGBTfobia e segregação socioespacial.
Realizar investimentos públicos em espaços e atividades culturais em bairros nas periferias, vilas e favelas, sendo fácil de serem acessados a pé, por bicicleta e ônibus e com desenho de acessibilidade universal.
Periferia é cidade: criar condições para autonomia e desenvolvimento dos espaços periféricos, diminuindo as necessidades de deslocamento e a dependência da cidade rica.
Para que a periferia pertença a cidade é preciso que o acesso a ela seja tão fácil como o acesso a qualquer bairro da regional centro-sul, e que os serviços urbanos sejam tão presentes nela como nos bairros do centro.
Mais atendimento e autonomia aos prédios e infraestruturas públicas para reforçar senso de comunidade e cidadania.
Estimular o potencial criativo e a criação de soluções autônomas da população da periferia, dando oportunidades baseadas no conceito de economia popular.
Convívio com as águas: mudar o modelo urbano para considerar a vulnerabilidade ambiental, que se manifesta de maneira mais violenta e danosa justamente nas regiões mais pobres, onde impactam os eventos de inundação, dengue, ondas de calor e deslizamentos.
Aumentar permeabilidade do solo e desacelerar o escoamento das águas de chuva, criando jardins de chuva e elementos de retenção.
Recuperar e dar visibilidade aos cursos d’água existentes em Belo Horizonte, como uma medida de saneamento e forma de criar uma nova cultura e ambiência urbana para as novas gerações.
Transformar a lógica de ocupação e circulação do espaço urbano para interromper o processo de impermeabilização do solo relacionado ao asfalto e às obras viárias.
Desestimulo aos atomóveis: restringir o espaço e prioridade dada ao automóvel e tomar medidas para corrigir injustiças históricas, repensando obras e respeitando a circulação de mercadorias.
Pensar a distribuição de mercadorias no espaço urbano de forma sustentável, pois é fundamental para a vida da cidade e para o funcionamento da economia.
Considerar a cidade prioritariamente para as pessoas, evitando remoções e investindo mais em infraestrutura para transporte ativo.
Implantar políticas de estacionamento e circulação de automóveis e motos que promova mais justiça no uso do espaço social.
Democracia na prática: respeitar e fortalecer espaços institucionais de participação para incidência e acompanhamento das políticas públicas, com o fortalecimento da atuação de organizações da sociedade civil.
Ampliar as formas de controle da operação e gestão do transporte público de Belo Horizonte pelo poder público e sociedade civil.
Incentivar que organizações da sociedade civil atuem para a promoção de direitos humanos e fortalecimento da democracia.